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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Grandes Clássicos // BMW CS

Precursor do Série 6, o cupê começou agradando pelo design, mas ganhou fama ao virar um ícone das pistas - e da pintura



Os anos 60 marcaram a aurora da era atual da BMW. Foi nessa época que surgiram clássicos como o 1500 "Neue Klasse" (1962), o compacto 2002 (1968) e um cupê esportivo que faria história, o 2800CS (1968), projetado para enfrentar os similares da Mercedes-Benz.

Seu desenho básico era o mesmo de 2000C e 2000CS, de 1965, com carroceria Karmann. Porém os faróis horizontais destes, bem separados da tradicional grade em formato de rins, deram lugar aos duplos circulares, embutidos numa ampla grade horizontal. A frente e a traseira em perfil "tubarão", inclinadas nas extremidades, foram preservadas.

No entanto, mais importante que o novo visual, o que encantava era seu seis-cilindros em linha - dois a mais que nos 2000, com motores 2.0 de 100 ou 120 cv. A chegada do 2800CS, com um 2.8 de 170 cv em 1968, marcava o nascimento de um mito. Com forma e conteúdo alinhados, a BMW começava a escalada de potência que eternizaria o projeto.

O modelo ao lado é um BMW 2800CS (geração E9), de 1971, da última safra da versão. Nele, sobra espaço para as pernas na frente e falta atrás. As colunas finas facilitam a visibilidade, embora o longo capô dificulte um pouco as manobras. Em velocidades altas, a direção passa segurança e precisão. Sentem-se os impactos da pista sem exagero. Os engates do câmbio manual são precisos, curtos e fáceis. Um pouco arisco em primeira, o motor é progressivo e dócil nas marchas superiores, sempre com disposição de sobra. "O velocímetro em milhas às vezes é um problema. Facilmente se atinge velocidade superior à que se imagina", diz seu dono.

Ainda em 1971 foi apresentada uma nova evolução, cujo nome mudou para 3.0CS, com 180 cv. Com a injeção eletrônica Bosch opcional, o motor podia chegar a 200 cv - e empurrá-lo a 213 km/h. A suspensão dianteira também foi retrabalhada. De olho nas corridas, a BMW criou uma versão com peso menor, com portas e painéis da carroceria que trocavam o aço por uma liga mais leve, além de um motor de saltou de 2 985 para 3 003 cm3 (só para estar apto a competir), batizada de 3.0CSL (o "L" significava leve). Foi ela a responsável pela lenda em torno do modelo.

Para correr nas pistas, o 3.0CSL chegaria a preparações de quase 500 cv até 1976, inclusive com turbo. Recursos aerodinâmicos, como spoilers e aerofólios exagerados, explicam seu apelido Batmóvel. Como ao menos 500 unidades deveriam ser de rua para ele ser homologado para corridas, a BMW os vendia como kits para serem instalados se o dono quisesse.

Mas nem tudo eram cavalos e velocidade após a crise do petróleo de 1973. A versão 2.5CS de 150 cv veio em 1974 como opção mais comedida. No entanto, isso não apagou o mito em torno do 3.0CSL, que se encerrou em 1975, mas continuou vivo com a homenagem de artistas, que o transformaram em quadros ambulantes (leia ao lado). Hoje o legado de cupês de alto padrão vive na figura do atual Série 6.




Por Fabiano Pereira | Fotos: Marco de Bari

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