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terça-feira, 6 de julho de 2010
VW Amarok Highline x Toyota Hilux SRV
A Amarok tenta quebrar o domínio da versão de luxo da Hilux, na qual se espelha.
Se há uma empresa com autoridade para falar de picapes de luxo no Brasil, essa é a Toyota. Em 2009, segundo a Fenabrave, entidade que compila os dados da indústria automotiva no Brasil, foram emplacadas 30 994 Hilux — 70% desse total, segundo a marca, nas versões mais completas. A S10, com 39 346 emplacamentos, ficou na frente no placar geral, mas seu perfil é outro: os modelos de entrada são os mais procurados. De olho nesse mercado que a Toyota domina, a Volkswagen começa a vender por aqui sua primeira picape média, a Amarok, fabricada na Argentina. Não por acaso, chega com números de desempenho, preço, capacidade de carga, porte de carroceria e até nível de ruído do motor semelhantes aos da Hilux. Se você gosta de luxo, conforto e, de vez em quando, lama, prepare-se: a briga é boa.
Júlio Vitti, gerente de produto da Toyota, fala do perfil de compradores da Hilux: “A gama de versões é extensa. Os modelos de entrada são para uso pesado, principalmente para transporte de carga no campo. Mas hoje 70% do mix está na venda das versões mais equipadas, e dentro desse número cerca de 85% das picapes saem com câmbio automático”. O que teria levado, então, a Volkswagen a andar na contramão e promover a estreia da Amarok exclusivamente com a transmissão manual? Carlos Leite, gerente de vendas e marketing, se limita a dizer: “Sabemos que as vendas de transmissão automática entre as picapes de luxo são significativas, mas confiamos no potencial da Amarok com o câmbio manual de seis marchas”. Uma fonte ligada à fábrica explica melhor o caso: a calibração final da caixa automática atrasou e deverá chegar ao Brasil até março de 2011 — a cabine simples chega no decorrer do primeiro semestre. Nossa fonte ainda revela que, caso a versão manual não consiga fazer frente à Hilux, os planos podem ser antecipados, o que pode ser interpretado como a presença de uma Amarok automática no Salão do Automóvel, em outubro. Assim, QUATRO RODAS decidiu fazer um comparativo com os modelos a que o consumidor, de fato, tem acesso e que considera: Amarok com câmbio manual contra Hilux automática — ainda assim, os números do teste da Hilux manual constam da ficha técnica.
Trilhas urbanas
De acordo com a Toyota, as picapes de luxo são veículos de uso urbano. “Quando muito, pegam uma estradinha de terra. Apesar de ter capacidade para encarar lama e buracos de uma trilha, quase ninguém faz isso”, diz Vitti, explicando, por tabela, a preferência pelo câmbio automático. É provável que esse comprador jamais resolva (ou precise) ajustar o tipo de tração entre 4x2, 4x4 e 4x4 reduzida. Mas se quiser, ou necessitar, fará de maneira diferente: na Hilux, por meio de uma alavanca e na Amarok, por teclas — em ambas, no console.
A cabine da Amarok faz com que os ocupantes se sintam num carro de passeio. O painel é moderno, com destaque para a tela sensível ao toque no console central, capaz de controlar rádio, vivavoz do celular (Bluetooth) e ar-condicionado dual-zone. Um pouco mais rústica, a Hilux também tem charme, com seu quadro de instrumentos Optitron, todo negro, que só revela as informações quando aceso, e volante com comandos de som e computador de bordo. Em comum, as picapes concorrentes trazem um bom pacote de equipamentos de conforto, com revestimento interno de couro, ABS, airbag duplo e retrovisores, travas e vidros elétricos, além dos já citados sistema de som e ar-condicionado digital. Na tabela de preços, um empate técnico: 119 490 reais a Amarok e 119 630 reais a Hilux. Não se esqueça de somar ao preço da Toyota outros 6 820 reais do câmbio automático — no pacote, você ainda leva o piloto automático, que é de série na VW.
Tubos e conexões
A bagunça do cofre da Amarok, com um emaranhado de mangueiras e fios expostos, contrasta com a tecnologia empregada no motor, um quatro-cilindros 2.0 16V biturbo sequencial com injeção direta de diesel. O motor Toyota D-4D tem configuração muito semelhante, mas com apenas um TGV (turbo de geometria variável) e maior deslocamento volumétrico (3.0). Até o fim de 2010, chegará uma versão mais mansa (e barata) da Amarok, com 122 cv, também com um único TGV. Sob o capô da Hilux, o radiador do ar comprimido rumo às câmaras de combustão repousa sobre o quatro-cilindros, fazendo as vezes de sua capa. Nas duas picapes, a potência é rigorosamente a mesma: 163 cv, o que aguçou nossa curiosidade sobre como seria o comportamento na pista. Com projeto moderno, a Amarok se mostrou mais eficiente que a Hilux: apesar de mais pesada (2 082 contra 1 935 kg), perdeu por pouco no 0 a 100 km/h (13,6/13,5 segundos) quase empatou no consumo urbano (8,8/8,3 km/l) e ganhou no rodoviário (12,5/10,6) — considerando, sempre, os números obtidos pela Hilux automática. As diferenças surgem não na pista, mas na cidade. Sabe a impressão de carro de passeio proporcionada pela cabine da Amarok? Ela se repete ao volante. Gêmeas no conceito de suspensão (duplo A na dianteira e feixe de molas na traseira), elas se diferem no conjunto roda/pneu (255/60 R18 na Amarok e 265/70 R16 da Hilux). Com um calçado mais esportivo, a picape VW se comporta melhor em curvas asfaltadas, mas tem a receita menos indicada para uma aventura de fim de semana. Os engates do câmbio ZF são precisos e a alavanca percorre um caminho bem curto entre as seis marchas. A maneira como a Hilux se entende com o piso acidentado dá ao motorista a sensação de que ela é mais robusta que a Amarok.
Com uma desvalorização no primeiro ano em torno de 17,5%, similar à de um Corolla, a Hilux é moeda forte no segmento. A seu favor, tem a fama de ser confiável e valente, além de apresentar um desenho ainda sedutor. Para se impor diante de tantos predicados, a Amarok aposta na tecnologia, na dirigibilidade “convencional” e na eficiência mecânica. Robustez e confiabilidade só se comprovam com o tempo, e isso dá para entender. O que não tem explicação é sua estreia sem câmbio automático, justamente uma das principais armas da concorrente na qual se espelhou. Enquanto a Amarok continuar apenas com a caixa manual, a Hilux automática segue confortável na liderança — do comparativo, inclusive.
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AMAROK
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Com três quartos de volta a menos que a Hilux, o sistema de direção da Amarok é mais direto. Os freios se mostraram bem dimensionados e pararam a picape da VW em espaços curtos.
★★★★
MOTOR E CÂMBIO
O 2.0 tem torque pleno a 1 500 rpm. Sensível, a embreagem exige adaptação do motorista. A quinta e a sexta marchas são overdrive, para reduzir o consumo.
★★★★
CARROCERIA
A caçamba é maior que a da concorrente, mas o banco traseiro tem o encosto muito vertical em relação ao assento.
★★★
VIDA A BORDO
A decoração da cabine segue um estilo mais esportivo e tecnológico. A ausência de comandos no volante incomoda num carro acima dos 100 000 reais.
★★★★
SEGURANÇA
Os freios ABS são muito eficientes. De série, oferece controle de tração. Como opcional, há controle de estabilidade, ESP, por apenas 1 500 reais.
★★★★
SEU BOLSO
É a primeira incursão da VW no mundo das picapes médias. Será duro convencer o consumidor a fazer uma aposta de mais de 100 000 reais num modelo que ainda tem tanto a provar.
★★★
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HILUX
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Com pneus menos esportivos e mais aventureiros, a Toyota se mantém versátil sem comprometer o conforto. O perfil alto dos pneus combina com o acerto da suspensão, que vai bem na terra e no asfalto.
★★★★
MOTOR E CÂMBIO
Como a Amarok, oferece a plenitude do seu torque em baixa rotação. O curso longo entre as passagens de marcha é fiel ao estilo picapeiro. No câmbio automático, não há tranco entre as trocas.
★★★★
CARROCERIA
Tem ótima proporção entre cabine e caçamba. O visual, apesar de ser praticamente o mesmo desde 2005, atrai tantos olhares na rua quanto a estreante Amarok.
★★★★
VIDA A BORDO
A Toyota adota mostradores digitais simples. Regulável apenas em altura, a coluna de direção dificulta a tarefa de encontrar a melhor posição para dirigir.
★★★★
SEGURANÇA
Perdeu para a Amarok pelo desempenho inferior dos freios com ABS e por não oferecer controle de estabilidade sequer como opcional.
★★★
SEU BOLSO
A fama de ser robusta é tanta que seu índice de desvalorização é similar ao de um Corolla, outro best-seller da Toyota.
★★★★
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VEREDICTO
Se você, como a maioria, não abre mão do conforto do câmbio automático numa picape de luxo, fim de papo: só a Hilux oferece essa facilidade. Já para quem quer uma picape manual, a Amarok surge como uma competente (e mais urbana) opção à afamada Toyota Hilux.
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