Magazine Luiza Recife

https://www.magazinevoce.com.br/magazinemagalurecife/

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O velho Fusca ainda dá espetáculo



Fun Cup

O velho Fusca ainda dá espetáculo num dos templos sagrados do automobilismo


O circuito belga de Spa-Francorchamps completa 90 anos em 2011. O Fusca, idealizado pelo alemão Ferdinand Porsche, se aproxima dos 80. O lendário Besouro já não é mais fabricado, mas ainda brilha na pista encravada em meio à floresta das Ardenas, na Bélgica. A prova das 25 Horas de Spa é a maior corrida de longa duração do mundo, garantem os belgas. Ali o velho Fusquinha reina soberano. É o momento máximo da Fun Cup, campeonato de Fusca criado pelos belgas há 12 anos. Mas o apelo dos carrinhos e o custo acessível já levou a categoria para França, Itália, Alemanha e Inglaterra. E a Espanha já faz provas extracalendário. Cada país organiza a sua competição, mas todos incluem as 25 Horas de Spa no calendário. O resultado disso? Um total de 151 carros inscritos. Não, você não leu errado: foram 151 participantes, com 721 pilotos, média de quase cinco pilotos por carro.

A prova, na verdade, tem início na sexta-feira. Para a maioria é o dia em que ela também termina, pois "apenas" 50 alinham. Depois de 100 minutos de treino pela manhã os 70 melhores tempos avançam para o treino da tarde, que tem a mesma duração e se encarrega de mandar mais 20 carros para casa. Largar no sábado já é uma grande vitória.

Se meu Fusca falasse...
Um dos felizardos é o alemão Uwe Schmidt. É a quinta vez que corre as 25 Horas de Spa e se tornou um apaixonado por Fusca. "Após a primeira temporada, comprei um para andar no dia-a-dia. É difÌcil explicar, mas a gente se apega ao carrinho", diz. Se o velho Fusca é capaz de fazer um alemão misturar carrinho com carinho, o inglês Stephen Darbney não perde a fleuma: "Ele é gostoso de guiar porque tem uma pequena distãncia entre os eixos e é muito estável. Esse desenho é estranho para se ter em casa, mas fica interessante na pista. Parece que o público gosta mesmo". E como gosta. A média de espectadores é de 20 000 pessoas. Gente como o luxemburguês Gerard Guillaume, que se orgulha de seu VW 1961. "Era do meu falecido pai e foi nele que aprendi a dirigir. Fiz questão de conservar o carrinho e me emociono vendo a pista cheia de Fusca."

A emoção que mexe com pilotos e público, no entanto, não é partilhada por todos. O jovem piloto belga Samain Baptiste é pragmático: "É uma ótima maneira de dar um passo adiante na carreira. Andei anos no kart e, para fazer a transição para os carros de turismo, ele é ótimo. É fácil de guiar, rápido e as provas são longas, de no mínimo quatro horas. Você ganha muita experiência em pouco tempo". Mas e o que acha do carro? Gostaria de ter um? "Ah, é esquisito. Não é bonito, acho que é por isso que não fabricam mais, não é? Só que ele tem um estilo diferente, é simpático. Ou talvez as pessoas tenham se influenciado muito com aqueles filmes da Disney." Quando se fala em fusca, Herbie ainda é uma referência.

No sábado, com o tempo sempre incerto da floresta das Ardenas, os Fusquinhas aceleram com vontade pelo lendário circuito. Como os carros são muito nivelados entre si, as disputas de posição são ferozes. Grupos de quatro a cinco Fusca amontoados serpenteiam pela Eau Rouge e fazem a grande reta mal disfarçada pela discreta curva Kemmel parecer uma auto-estrada de três pistas, com carros se empurrando lado a lado. Toques e rodadas se sucedem pelo caminho.

O público vibra com os pegas constantes (às vezes a mais de 200 km/h) e não despreza o entra-e-sai do safety-car, que foi para a pista 18 vezes. A cada entrada, todos se reagrupam e o espetáculo volta a pegar fogo. Ou água, já que o circuito belga mantém a tradição de oferecer trechos com chuva e outros sem, partes com asfalto alagado e outras com pista seca. Como entre as dezenas de pilotos - cada carro tem no mínimo quatro - há novatos jovens, novatos velhos (gente que já não é garoto, mas começou a pilotar recentemente), pilotos experientes e até aventureiros, as variáveis transformam a prova numa corrida maluca.

O vento forte, a chuva e o frio foram selecionando os homens dos meninos. E só metade dos carros estava na pista quando o dia raiou. O belga Michel Pulinx aproveitou as piores condições para disparar e abrir duas voltas de vantagem, mas uma penalização de três voltas por irregularidades na parada de boxe jogou o carro 268 para o quarto lugar. Outro carro belga, o 159, de Eric Gressens, assumiu a ponta, mas um defeito na bomba de óleo, a menos de uma hora do final, acabou com o sonho de aposentadoria de Eric. Ele já venceu três vezes e queria o tetra para sair por cima. Singelamente apelidado de "farmacêutico louco", não perdeu a esportiva: "Eu pensei que esta era a minha última 25 Horas. Fazer o quê? Vou ter que voltar em 2010 para ganhar a quarta vez!"

Copa divertida
Numa recuperação emocionante, François Verbist superou a punição e recolocou o Fusquinha 268 na ponta. Às 5 da tarde de domingo, depois de 26 mudanças na liderança, de 407 voltas, 2 836 km e média de 113,98 km/h, Verbist recebeu a bandeirada e estacionou a máquina no alto do pódio. Apenas mais um carro acabou na mesma volta. "É claro que todos querem ganhar, mas chegar já é uma grande conquista", afirma Samain Baptiste. Conquista essa que ele não alcançou. Mas os três turnos de uma hora e meia na pista, para ele, valem muito. Há outras compensações. "O clima entre os pilotos é ótimo", diz Uwe. "Como temos que dividir o carro com outros pilotos, cria-se um clima de camaradagem muito grande. Temos muito tempo para trocar ideias sobre o desempenho, a pista e o que está acontecendo na prova. Todos se ajudam muito e também contam histórias e piadas. É realmente muito divertido, uma verdadeira 'Copa Divertida'", diz o animado alemão, lembrando o nome em inglês que é usado para o campeonato - independente do idioma do país.

Uwe quer saber o que um brasileiro faz na Fun Cup. "Vocês não têm equipes ou pilotos aqui, não é?" Não, Uwe, mas os brasileiros gostam muito de Fusquinha. "Ah, então faça como eu: compre um Fusca e vá treinando, para quando começar a Fun Cup no Brasil. Como se diz 'fun' em português?" Divertido. 'Iá, iá, divarrtido!" O tempo passou, mas o Fusquinha continua encantando.

DIVISÃO 3


Os carros que participam da Fun Cup têm o estilão do velho Fusca, mas aqui vale o ditado: quem vê cara não vê coração. E esse coração pulsa forte. Esqueça o antigo motor a ar. Esse é um 2.0 de quatro cilindros refrigerado a água da VW/Audi, de 150 cv. A máquina pesa apenas 760 kg, oferecendo uma excelente relação de peso-potência (5,1 kg/cv). Por isso ele vai de 0 a 100 km/h em menos de 7 segundos e passa dos 200 km/h. O câmbio é de cinco marchas e a tração é traseira, com pneus Uniroyal de alta performance. Os carros são concebidos e construídos exclusivamente pela Dubois Racing, na Bélgica, o que garante baixo custo, confiabilidade e, sobretudo, igualdade de condições: ninguém pode mexer no motor ou na aerodinâmica. O que faz a diferença são o acerto de pista e o braço do piloto. A carroceria é fabricada de fibra de vidro, com um spoiler dianteiro e asa traseira, para dar mais downforce e estabilidade. O chassi é construído com tubos de aço e o banco é centralizado, para ajudar na distribuição de peso. O motor está alojado logo atrás do banco do motorista. O reservatório de gasolina é posicionado atrás do eixo dianteiro, com acesso para o reabastecimento em cima do capô. O preço do carrinho para uma temporada é convidativo. Com algo em torno de 35 000 dólares você garante o que o nome da categoria promete: fun (diversão).



» FOTOS





Por Ronaldo Nunes, de Spa-Francorchamps, Bélgica

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vendo Gol Trend - 2008/2009


VENDIDO


R$ 23.500,00

Gol Trend 2008/2009
Cor: Vermelho
Km: 8.000
Opcionais: Kit Trend
Obs: Se quiser o carro com Ar condicionado carro fica por R$ 25.500,00

Tel: (81) 9248.0041/8818.7617

Vendo Pajero 2005 Automatica



Mitsubishi - PAJERO SPORT HPE 4X4 DIESEL 2.8 5P - Diesel - Automático - - -2005 -



Acessórios: abs, Air bag, airbag Duplo, Alarme, Ar condicionado, ar quente, Bancos de couro, direção hidráulica, Travas elétricas, Vidros elétricos


Tratar (81) 9248.0041/8818.7617

Vendo Saveiro 1.6 2003




Opcionais: Ar , Dh originais

Tratar (81) 9248.0041/ 8818.7617

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Oficinas de luxo



Equipamento hi-tech e preços de alto nível são a marca dos lugares que consertam Ferrari, Porsche e Cia.


Se seu terno Armani precisar de ajuste ou sua caneta Montblanc vazar, você não vai levá-los a qualquer lojinha da esquina em busca de assistência, certo? A mesma lógica se aplica a carrões como as Ferrari, Porsche ou Lamborghini que rodam pelo Brasil. Para estarem aptas a reparar modelos que facilmente custam 1,9 milhão de reais (preço de uma 599 GTB), as superoficinas são obrigadas a investir em equipamentos sofisticados que podem custar mais que alguns carros. "Procuro ter as ferramentas oficiais das marcas com as quais lido mais, como o aparelho de diagnóstico original da Porsche. Chegamos ao ponto de poder mexer na programação das centrais eletrônicas, em vez de ficar apenas no diagnóstico, como a maioria das oficinas", diz Carlos de Pietro Souza, proprietário da Edycar, eleita pela Platinuss a responsável pela manutenção dos modelos que ela importa, como o Pagani Zonda, o carro mais caro à venda no Brasil, por 4 milhões de reais.


Enquanto os scanners comuns, mesmo os mais modernos, só apontam alguns defeitos, os aparelhos oficiais das marcas revelam todos os problemas e permitem reprogramar as centrais. Nas oficinas independentes, eles podem mudar as características do motor, privilegiando torque em vez de potência ou até aumentando a pressão de turbos. Mas nem só a eletrônica é alvo de atenção diferenciada. Num supercarro, até uma prosaica troca de disco de freio tem seu requinte. "Precisamos do sistema SD 3, original da Ferrari, para informar à central que o disco foi trocado. Quando se tem discos de cerâmica, por exemplo, eles vão acumulando resíduos, e o sistema avisa quando chegam ao limite", afirma Mauri de Souza, chefe da oficina da Via Itália, única concessionária da Ferrari e da Maserati no Brasil.

O farol queimou? Se ele for de xenônio, xi... "O módulo eletrônico que controla o direcionamento dos fachos tem conexão com os sistemas que controlam estabilidade, altura da suspensão e ângulo de volante. Qualquer ajuste dos fachos exige aparelho de diagnóstico, manual de reparação e esquema elétrico", diz Valter Nishimoto, diretor técnico da Frison. O problema é que as oficinas independentes premium têm de penar para conseguir toda essa parafernália que se acha facilmente nas autorizadas, tanto pela dificuldade em encontrá-las quanto pelo preço altíssimo. "Tenho aqui um Lamborghini Tester, o sistema oficial de diagnóstico da marca. Levei dois anos para conseguir. Quando ele apareceu, precisei pagar o dobro do que uma concessionária paga", diz Nishimoto. Questionado sobre valores, o diretor técnico da Frison não entra em detalhes, mas fontes do mercado dizem que o aparelho custa algo na casa dos 40 000 euros (100 000 reais). O investimento alto não está só nas ferramentas originais de cada marca, mas também em outros equipamentos específicos para esses esportivos. "Como são veículos muito baixos, tive de comprar elevadores eletroidráulicos especiais. Com os elevadores normais, há o risco de estragar spoilers e caixas de ar na parte inferior do carro", diz Nishimoto. Para essa turma de mecânicos hi-tech, até trocar um pneu pode ser complicado. "Comprei também uma balanceadora para rodas de aro 30 e uma desmontadora de pneus especiais, de perfil baixo e run-flat [que podem rodar vazios]. Antes dela, aconteceu de a méquina comum cortar uns dois ou três pneus. E cada um custa até 5 000 reais...", diz o diretor técnico da Frison. O carro deu uma batidinha e precisa de um conserto fácil? Nesses carros nada é simples. "O alumínio se oxida muito facilmente e, quando em contato com aço, é atacado pelo fenômeno da corrosão galvânica. Por isso, o trabalho em peças de alumínio deve ter um boxe separado, isolado das peças de aço. E no caso da fibra de carbono é preciso aplicar um primer específico para aumentar a aderência da tinta à superfície." Às vezes a decisão de consertar ou trocar não depende do tipo de batida. Nas concessionárias, o mais comum é sempre a substituição de peças avariadas por outras novas. "Mas essa política de troca é excelente só para veículos novos. Para os usados, que sofrem desvalorização maior, não compensa. Um capô de alumínio amassado em um Porsche Cayenne pode custar 8 000 reais. Para um modelo 2008, o valor é relativamente baixo, mas para um 2002 a troca pesa mais", diz Pietro Souza. Por isso, ter peças sempre à mão, e não tão caras, é um diferencial para as independentes. Para se tornar mais competitiva, a Frison até abriu escritórios de importação de peças em Miami e na Alemanha. "Como oficina, nós ganhamos com o conserto, não com a venda das peças. Com isso, conseguimos preços mais baixos na importação. Outras oficinas têm de comprar as peças de importadores independentes, que só vivem disso", afirma Nishimoto. Essa logística ajuda a Frison a se antecipar às necessidades. "Quando soubemos que o Mini Clubman já estava sendo importado, trouxemos filtros de ar, de óleo, velas etc. São peças de reposição, das quais teremos boa demanda. Assim, quem nos procura pode ser atendido com agilidade. O mesmo não acontece se, por exemplo, um interruptor de vidro elétrico quebrar. Quando é esse o caso, temos de encomendar a peça." Pode acontecer também de o cliente ter um desejo especial para seu supercarro. Às oficinas, cabe atender. "O trabalho mais inusitado que tive foi a transformação de um Porsche 911 Cabriolet Turbo geração 996 em um Gemballa 997. Além das mudanças estéticas no motor, trocamos as duas turbinas e os intercoolers, e remapeamos a injeção para aumentar a potência para 650 cv", diz Nishimoto. Se as independentes estão em pé de igualdade com as autorizadas, estas oferecem outro tipo de vantagem. "Há oficinas que até têm o PIWIS, sistema de diagnóstico da Porsche, mas elas não conseguem a atualização com a mesma agilidade. Além do PIWIS, temos também o Porsche Partners Network, um site em diversas línguas que nos dá até o torque que cada parafuso do carro deve ter", diz Fulvio Augusto Loreto, gerente de pós-vendas da Porsche no Brasil. Além disso, o repertório das autorizadas pode incluir dispositivos raros, como microcâmeras para inspecionar o interior dos motores e torquímetros digitais que podem ser programados para dar a cada parafuso o aperto exato. A oficina da Ferrari chega ao extremo de enviar um mecânico à casa do cliente para as revisões. "Já mandamos técnicos nossos até a Belém do Pará. Consultamos o que precisava ser feito de acordo com nossos arquivos, pelo chassi do veículo, e levamos as peças e ferramentas", afirma Luciana Cardoso, gerente administrativa da oficina da Via Itália. Nesse universo de carros dos sonhos, até um serviço aparentemente simples pode virar uma dor de cabeça em mãos menos capacitadas. A troca de óleo de um esportivo com cárter seco, por exemplo, utiliza as mesmas ferramentas para carros comuns, mas tem procedimento bem diferente. "Se você simplesmente colocar óleo no motor, há o risco de esse óleo ir parar no coletor de admissão do carro e até de dar calão hidráulico", diz Mauri de Souza. "Já tivemos cliente que foi completar o óleo em postos e, ao ligar o motor, saiu tanta fumama que trouxeram o veículo para cá na prancha."


OLHA A CONTA

Preços médios em oficina independente:
Troca de óleo de Ferrari: 1 000 (uso comum) a 1 600 reais (uso mais esportivo)
Troca de discos de freio de Lamborghini: 5 000 reais
Troca de amortecedores de Porsche Cayenne: 5 000 reais
Alinhamento e balancemento de Maserati: 450 reais
Troca de embreagem e-Gear do Lamborghini Gallardo: 27 000 reais

Por Gustavo Henrique Ruffo | Fotos: Christian Castanho